Está nas mãos das escolas
Marcela Cristiane da Silva - Professora do CEM 304 de Samambaia
Optamos pela Semestralidade através de votação
em nossa escola. São pontos
positivos a meu ver: maior número de aulas semanais e com isso maior contato
com o aluno; menor número de disciplinas por semestre; as matérias das áreas de
exatas que é o calcanhar de Aquiles da maioria dos alunos estarão
distribuídas entre os dois semestres e, portanto aquelas que eles consideram
menos importantes serão mais relevantes; a disciplina de Espanhol terá duas
aulas e não uma simples como era e isso beneficiará os alunos; matemática -os
professores queriam há muito tempo uma aula a mais – ela vem como matemática
financeira ;professores de redação que tinham grade fechada ,neste sistema
conseguirão ter mais tempo para a correção das mesmas.Mais conteúdo durante a
semana não é garantia de maior aprendizagem ,mas quando ele acontece em tempo
bem mais próximo ,os alunos tendem a deixar de perder o fio da meada e esquecer
como sempre acontece.
Pontos negativos: é uma semestralidade dentro de um sistema anual, ou
seja, aprovação e reprovação só ao final do ano; salas muito cheias quando a
promessa eram 35 alunos por sala; proposta curricular ainda bimestral – anual
quando deveria ser semestral; sistema de avaliação facilitadora em aprovar o
aluno mesmo sem méritos; secretarias escolares sem qualquer modificação para preenchimentos
das fichas individuais dos alunos e diários.
Sobre o argumento que os alunos esquecerão a matéria, pois não irão
tê-la até o final do ano letivo é falho, pois os alunos veem conteúdos
bimestralmente.Por exemplo :se ele estuda Quinhentismo no 1º ano em Língua Portuguesa e no 1º
Bimestre,acabou.Ele não vai ficar revendo este conteúdo o ano inteiro e
tampouco será cobrado durante as avaliações.ENEM cobra conteúdos vistos durante
a vida acadêmica e às vezes exige-se algum conhecimento que o aluno só estudou com maior detalhamento do conteúdo na 6ª
série!Sobre o PAS realmente é problemático e precisa-se pensar sobre o assunto,
mas de antemão já digo o que acontece na minha escola: na 1ª etapa pouquíssimos
alunos querem participar mesmo com incentivo dos professores, aulas sobre os
conteúdos dos subprogramas, inscrições feitas na escola e esclarecimentos; 2ª menos
alunos ainda; 3ª?Uma minoria absoluta e sabem por quê?Para fazer boas provas do
PAS o aluno tem que estar disposto a estudar muito dentro e fora da escola e
isso, muitos não querem.
Sou adepta às boas transformações
e a Educação vem capengando há anos. Eu não queria uma mudança feita à revelia,
sem o consentimento da categoria, sem uma boa discussão com os alunos e a
comunidade, mas a gente sabe também que algumas vezes temos que agir
rapidamente diante de uma oportunidade que pelo que nos foi apresentado parece
ser uma boa proposta. No nosso caso as informações sobre a Semestralidade
ocorreram no início do segundo semestre de 2012 e apenas para o turno Noturno
da escola que aderiu à escolha assim que tomou ciência de como seria. Penso que
é um risco sim a aceitação da mesma e pode ser que ano que vem ninguém queira
mesmo este sistema chamado Semestralidade. Entretanto se temos oportunidade de
experimentar e verificarmos por nós mesmos por que não?Alguns pessimistas falam
que os alunos viraram cobaias - eu prefiro dizer que somos os pioneiros. Ano
que vem saberemos se este é o caminho com os resultados alcançados. Ou se
teremos que gritar com todas as forças: Semestralidade não!
