11.3.11

Dia internacional da mulher

Na manhã da última quarta-feira, 08 de março, comemoramos o dia internacional da mulher. Devido ao feriado de carnaval, tivemos de nos antecipar. Na manhã da sexta-feira anterior, dia 04 de março, nos reunimos para celebrar o dia da mulher no auditório da Diretoria Regional de Ensino de Samambaia (DRESAM).


Bartolomeu Novais, chefe do NDEIC, abriu o evento com a recitação de um poema de sua própria autoria. Logo em seguida, ele cantou ao violão uma música, sob o embalo de um coro de vozes femininas.

Diretora Terezinha Barbosa
discursando em cumprimento
às mulheres.
Depois, a profa. Terezinha Barbosa, diretora da DRESAM, cumprimentou todas as mulheres presentes com algumas palavras emblemáticas. Ela relembrou um trecho do discurso de posse da primeira mulher a chegar à presidência do Brasil, a presidenta Dilma Rousseff. “Venho para abrir portas para que muitas outras mulheres, também possam, no futuro, ser presidenta; e para que –no dia de hoje– todas as brasileiras sintam o orgulho e a alegria de ser mulher” (Dilma Rousseff). Por dessas palavras, a profa. Terezinha Barbosa ressaltou o crescente destaque social e político que as mulheres vieram conquistando nas últimas décadas da história da cultura ocidental.

Houve também uma homenagem do prof. Selassie, assistente administrativo da DRESAM, que leu um texto em torno do tema “o que é ser uma mulher”.

Com o apoio da rede Sam’s Club, foi servido um belo café da manhã.

Para ver os principais momentos da nossa comemoração, acesse o link: https://picasaweb.google.com/lh/sredir?uname=deicdesamambaia&target=ALBUM&id=5582811004245268401&authkey=Gv1sRgCLCQoITnxtShkgE&invite=CJbF-PIB&feat=email. As fotos foram realizadas pelo fotógrafo Daniel Fama, funcionário do NMP.

Mas você sabe como e por que essa data foi fixada? Bom, é uma longa história cheia de ziguezagues, transitando entre mitos e fatos documentados. Em homenagem às mulheres que trabalham pela educação pública em Samambaia, em especial, e também em todo o Distrito Federal, apresentaremos uma visão geral dessa história.

Tornou-se muito comum a versão de que o dia internacional da mulher foi estabelecido em referência a uma greve ocorrida em Nova Iorque, Estados Unidos, em 1857. Nesse suposto episódio, 129 operárias teriam ocupado a fábrica onde trabalhavam para protestar contra as péssimas condições de trabalho. Em represália, os próprios patrões teriam incendiado a fábrica e queimado vivas todas as trabalhadoras.

No entanto, há controvérsias acerca da veracidade desse fato. Conforme nos conta Vito Giannotti (cf. fontes consultadas, abaixo), uma pesquisadora canadense, Renée Cotê, publicou um livro com base em uma pesquisa que durou cerca de dez anos. Durante esse período, ela não encontrou qualquer registro dessa suposta greve.

Provavelmente, como supõe Renée Cotê, a história a respeito dessa greve foi fruto de uma confusão envolvendo três fatos historicamente documentados. Uma longa greve de costureiras realizada em 1910 e um incêndio que de fato ocorreu em uma fábrica no ano seguinte e matou 146 trabalhadores, a maioria mulheres. Ambos ocorreram em Nova Iorque, porém, pouco mais de cinqüenta anos depois da suposta greve de 1857. O terceiro evento foi uma greve de mulheres realizada em 1917 na Rússia – esse sim com influência direta na fixação do dia internacional mulher, como veremos.

No entanto, vários eventos significativos precederam e estimularam essa greve na Rússia. Eles ocorreram no início do século XX, principalmente, nos EUA e em alguns países da Europa. Eram mulheres engajadas em movimentos socialistas que reivindicavam, sobretudo, direito ao voto. Os eventos mais importantes que elas organizaram foram a 1ª e, principalmente, a 2ª Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, realizada em 1910, em Copenhague, Dinamarca.

Nessa segunda conferência, foi tomada uma decisão importante, que partiu de uma proposta da socialista alemã e líder política Clara Zetkin: o dia internacional da mulher deveria ser comemorado anualmente. Todavia, não foi fixada nenhuma data específica e geral, de sorte que cada movimento feminino poderia escolher uma data particular para comemorá-lo em seu país.

Assim, as mulheres russas realizaram seu dia da mulher em 27 de fevereiro de 1917, conforme o calendário daquele país. No calendário ocidental, essa data correspondia justamente a 08 de março. Foi quando explodiu, em plena primeira guerra mundial, uma greve de tecelãs e costureiras em São Petersburgo, Rússia, sob o lema “Pão e paz”. Tratou-se de um protesto contra a entrada da Rússia na guerra e em favor de melhores condições de trabalho. Essa manifestação foi o estopim para o desencadeamento da revolução Russa.

Em 1921, em Moscou, a Conferência das Mulheres Comunistas adota o dia 8 de Março como data unificada do Dia Internacional das Operárias. Posteriormente, em 1975, a ONU declara 08 de março como o dia em que toda a cultura ocidental deve reconhecer a igualdade de direitos da mulher.

Enfim, contar essa história é importante para lembrar ou fazer saber que esse dia marca toda uma história de lutas e conquistas políticas das mulheres. Parabéns a todas.

Fontes consultadas:
Giannotti, Vito; Latuff, Carlos. O dia da mulher nasceu das mulheres socialistas: as origens de 08 de março. Rio de Janeiro: Edições NPC, 2004. (Cadernos do NPC). Disponível em: http://www.piratininga.org.br/


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